Lançado pela Abril Coleções entre 1996 e 1997, em parceria com a Time Life, Os Desafios da Vida é uma série de 18 fitas VHS contendo diferentes temas sobre a fauna e a flora em diferentes lugares do planeta. David Attenborough, naturalista britânico, explora as riquezas da vida animal e vegetal nessa sequência de filmes produzida pela BBC e disponibilizada no Brasil pela voz inconfundível do dublador Marcio Seixas.
A série original de Os Desafios da Vida (em inglês, The Trails Of Life) é composta por 12 documentários e foi ao ar pela primeira vez em 1990 no Reino Unido. Durante a promoção realizada pela Abril Coleções em parceria com a Time Life, outra série de 6 documentários, intitulada “A Vida Secreta das Plantas” (em inglês, The Private Life of Plants), com estréia em 1995 também no Reino Unido, foi inserida na franquia brasileira, totalizando 18 fitas com uma riqueza de detalhes incrível.
Foi um trabalho árduo achar fitas que tivessem a qualidade mínima necessária para a digitalização. Afinal, já se passaram quase 30 anos desde seu lançamento em território brasileiro, e como muitos sabem, as mídias em VHS são frágeis e estão sujeitas à fungos e humidade, ocasionando na perda de som e imagem. Abaixo está o resultado final dessa empreitada. Espero que gostem e que possam compartilhar com seus amigos esse incrível seriado que marcou a década de 90.
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Esqueça qualquer idéia de que o cortejo no mundo animal se reduz a perseguição e conquista. Sob o olhar do antropólogo Sir David Attenborough, esse ritual natural se revela sutil, variado e incrivelmente espantoso. Ouça a canção do rouxinol inglês em sua serenata para a amada, ou o melódico mimetismo da ave-do-paraíso australiana. Veja como hamsters, alces e ate morcegos enviam poderosas mensagens perfumadas. Maravilhe-se ante a exibição das plumagens dos pavões e das aves-do-paraíso. Admire o estilo da dança do impetuoso pássaro tecelão de Trinidad, com seus característicos passos, saltos, pulos e volteios. E espie as extravagantes manifestações do pássaro-arquiteto, que cria enigmáticas estruturas artísticas para atrair sua parceira, deliberadamente escolhida.
O desafio definitivo da vida consiste em perpetuar-se. O antropólogo Sir David Attenborough pode ter exatamente a prova dessa hipótese. Uma evidência notável são as estratégias que os animais utilizam para passsar seus genes para a geração seguinte. A estratégia dos palolos reside na quantidade: milhões desses vermes marinhos fervilham nos recifes de Salmoa, para procriar. As cracas e os peixes labros podem se tornar machos ou fêmeas, dependendo da hora do dia, ou de seu estágio de desenvolvimento. Enormes leões-marinhos praticam a poligamia, instalando haréns em uma praia da Patagônia. Minúsculos machos de aranha empregam subterfúgios para acasalar-se com fêmeas gigantescas, sem ser devorados por elas. E os albatrozes revelam uma devoção quase humana ao parceiro, em um matrimônio que pode durar por toda a vida.
O nascimento é uma experiência penosa, especialmente quando os mares, outras criaturas e o clima parecem conspirar contra ele. Neste filme o antropólogo Sir David Attenborough constata que as probabilidades contra a sobrevivência são extremamente altas. Mergulhe sob um recife onde um gigantesco molusco cospe uma nuvem vulcânica de sêmen e então, poucos minutos depois, demonstra sua legendária esquizofrenia reprodutiva, lançando um imenso tufão de ovos. Viaje ao Ártico russo, onde vigilantes gansos da neve se atrevem a enfrentar uma raposa invasora; à Austrália, onde o crocodilo de água salgada mantém seu ninho a uma temperatura que não varia em um só grau; e, em um momento fenomenal, testemunhe a desova do carangueijo da ilha Christmas, que uma vez por ano é compelido a lançar bilhões de novas vidas.
O mais horripilante filme de suspense parece um conto de fadas perto disso. Mas não é ficção. É a luta de vida ou morte, no mundo mais real que existe: e ela foi captada pelo antropólogo Sir David Attenborough. Grandes gaivotas-rapineiras arremetem contra ninhos de aves marinhas, perto das ilhas Shetland; baleias assassinas arremessam na praia seus corpos de oito toneladas para investir contra filhotes de leão-marinho; um louva-a-deus se disfarça de linda orquídea, para capturar uma borboleta. Todas as armas de caçadores e caçados estão em exibição: camuflagem, mimetismo, armadilhas simples e até mesmo armas químicas. Trata-se de um drama fatal, mas fascinante – da força numérica de quase um milhão de formigas que dominam vespas e escorpiões, à força estratégica de um pelotão de chimpanzés da Costa do Marfim na caça a um pequeno e ágil macaco colobo.
O prêmio pode ser alimento, território, parceiro ou a sobrevivência. As estratégias podem ser sofisticadas, ou muito simples. Sejam quais forem os ingredientes, o conflito físico é um fato da vida. E o antropólogo Sir David Attenborough lança uma luz incrível e indelével sobre essas guerras do mundo animal. Acompanhe uma boa luta no Alasca, onde dois enormes machos de alce se colocam em posição de combate; na África, onde girafas brandem seus pescoços como malhos; no Oriente Médio, onde dois cabritos-monteses combatem, literalmente, às cabeçadas. Conheça todos os tipos de arma – ferrões, pinças, assobios e até a “arma ensurdecedora” do camarão pistola. E, em uma contenda de notável civilidade, duas gazelas que se dedicam a um misterioso balé de mesuras, dissimulações e rodopios, para definir a superioridade de uma sobre a outra.
Falemos dos cuidados com a prole. O antropólogo Sir David Attenborough levou câmeras e equipes a cada canto do mundo para mostrar exemplos notáveis de como os bebês animais ganham tamanho e força para sobreviver. Encontre pequenos e cooperativos patos selvagens que instalam creches nas quais 500 patinhos se alimentam e brincam, sob os cuidados de alertas e desprendidas “tias”. Observe elefantes vagueando em manadas matriarcais, chinpanzés que dão aula de como quebrar nozes e um milhão de bebês-morcego que se tornam adultos em uma imensa caverna do Texas. E, em uma inesquecível sequência, aproxime-se dos grandes tubarões-tigre, que deslizam junto à praia nas ilhas Leeward. Lá, albatrozes recém-nascidos estão aprendendo rapidamente que neste mundo é preciso voar, para não morrer.
Pode ser verdade que encetar a caminhada é metade da diversão. Mas o antropólogo Sid David Attenborough demonstra que a maneira de os animais irem de um lugar para outro proporciona também boa parte do mistério e da maravilha do mundo natural. Observe a marcha de colunas de lagostas espinhudas à medida que se arrastam em direção a águas mais profundas e mais calmas, ao largo das Bahamas. Conheça as andorinhas do Ártico que, ano após ano, voam através de céus nem sempre amigáveis, de pólo a pólo. Veja tartarugas verdes nadando para as ilhas Galápagos e milhões de filhotes de enguias que serpenteiam desde o mar de Sargaços até a Europa. Nessas épicas trilhas por terra, mar e ar, todos de guiam pelo sol, pelas estrelas, pela memória e por sentidos que vão além da compreensão. Trata-se de um processo assombroso e às vezes despretensioso, a maneira pela qual criaturas grandes e pequenas empreendem a heróica aventura de ir de um lugar para outro.
Quando os seres vivos vão em busca de comida, é grande a chance de que se produzam as incríveis cenas de filmagem que o antropólogo Sir David Attenborough focaliza, nessa aventura vital. Veja o “projeto” da cadeia alimentar quase perfeita de plantas e animais que desenvolveram um conjunto surpreendente de táticas para garantir a própria sobrevivência. Dê uma olhada no delicado beija-flor cujo bico se encaixa perfeitamente numa flor especializada em liberar néctar. Observe como um fruto venenoso engana as araras, mas elas instintivamente procuram seu antídoto. E examine víveres duros com a pedra sendo tomados de assalto por uma “suíte quebra-nozes” de ratos, macacos, lêmures e pássaros. As aranhas tecem suas teias, os pelicanos dão mergulhos e os gecos usam suas armas com uma só missão em mente: viver mais um dia, um dia a mais.
Em comparação com o elaborado sistema de “companheirismo” do mundo natural, os humanos são desunidos. Para ilustrar esse ponto, o antropólogo Sir David Attenborough reuniu um surpreendente retrato da vida em associação. Mergulhe em um coral de recifes e encontre uma estranha dupla subaquática – um camarão e um peixe gobião. O camarão é trabalhador, mas quase cego, enquanto o gobião é indolente mas de olhar aguçado. Observe os tentilhões das ilhas Galápagos, que atuam como pequenos serviçais, removendo os carrapatos de tartarugas gigantes. Formigas cuidam de lagartas, pica-paus são tratadores de girafas, e bernardos-eremitas perambulam com um bando de anêmonas agarradas como polvos em suas costas. Embora existam parasitas – e até parasitas que caçam outros parasitas -, testemunhe o espantoso intercâmbio em meios aos embates de unhas e dentes que ocorrem sobre a Terra.
O homem está longe de ser a primeira espécie a perceber que é mais sábio se organizar. E o antropólogo Sir David Attenborough apresenta a sabedoria da estrutura social de forma vívida e inesquecível. Acompanhe um bando de leões e suas dominadoras matriarcas. Viage para um lago escocês no qual cisnes hooper organizam sua administração sob uma rigorosa ordem familiar. Penetre no subsolo para ver toupeiras que vivem sob um regime altamente especializado como perfuratrizes, escavadoras e soldados. Vá acima do solo, para observar mangustos partilhando suas atribuições como caçadores, sentinelas e mesmo babás. Mas, como Attenborough expõe tão dramaticamente, o leão não é o rei da selva – existem cinco milhões de formigas incrivelmente organizadas, com seus bem sistematizados sistemas de seis castas, que reinam supremas.
Desde que sentiram a necessidade de calor e segurança, as criaturas vivas começaram a construir lares. O antropólogo Sir David Attenborough lança um olhar sobre o mercado imobiliário da Terra e o encontra bem estabelecido e maravilhoso para se observar. Passeie pelas grandes cidades de marmotas, onde esses peludos pequenos arquitetos projetaram saídas de emergência e mesmo torres de ventilação. Observe o decidido macho do pássaro tecelão elaborar um intrincado ninho do tamanho de uma bola de futebol para impressionar sua bem-amada. E dê uma volta pelos montes de quase 5 metros, na África Ocidental, artesanato e lar de mais de um milhão de térmitas, ostentando arcos, abóbodas, um berçário e até um abrigo com ar condicionado. São realizações de habilidosos ceramistas, modeladores, pedreiros e escultores, nenhum dos quais é um ser humano.
VHS 12 – Falando com Estranhos
O homem pode estar entrando na “Era da Informação”, mas o mundo animal sempre teve suas próprias e intrincadas formas de enviar mensagens. O antropólogo Sir David Attenborough viajou para todas as direções buscando os melhores comunicadores do mundo natural. Vá a um pântano no Panamá, onde sapos se apinham para o coro de cantos de acasalamento, ou ao Quênia, onde macacos cercopitecos usam “palavras” para identificar os predadores. Viaje à Malaísia, onde a luz é o meio para a mensagem de vaga-lumes que pulsam perfeitamente sincopados; e ao fundo do mar, onde obscuras medusas cintilam sinais como se fossem pequenos Ovnis subaquáticos. De simples insetos a sofisticados golfinhos, trata-se da celebração do intercâmbio, um prazer para os ouvidos, o olhar e a imaginação.
David Attenborough continua sua incursão pelos Desafios da Vida, agora com suas incríveis aventuras no mundo das plantas. Se você sempre acreditou que as plantas são inertes e nunca de movimentam, esta série mostrará que se enganou. Com suas filmagens pelo mundo inteiro, David Attenborough demonstra que as plantas são tão ativas e agitadas quanto os animais – e, com frequência, muito mais extraordinárias. Somos conduzidos ao seu mundo por modernas técnicas fotográficas que mostram seu comportamento em um ritmo acelerado. Dessa forma podemos vê-las como organismos complexos e com intensa atividade – crescem, disputam, competem, se reproduzem e lutam pela sobrevivência. Este programa demonstra os engenhosos artifícios de que as plantas se valem para viajar de um lugar a outro, em busca de novos lares.
Para cada vegetal que nasce, crescer é uma competição pela luz! Estraordinárias sequências animadas revelam como as folhas novas lutam por um lugar ao sol e como jovens trepadeiras escalam para serem as primeiras a chegar às altas copas da floresta. As folhas, fábricas engenhosas nas quais as plantas produzem todo seu alimento, estão sob ataque constante de animais grandes e pequenos. Então, com espinhos, ferrões, venenos e incríveis artifícios de disfarce, as plantas atuam em defesa própria. Algumas até mesmo transformam suas folhas em horríveis armadilhas, contra-atacam e devoram os animais agressores.
As flores, o aspecto mais cativante das plantas, não existem apenas para nos agradar… elas servem ao sexo! Para formar as sementes, o pólen masculino de uma flor precisa ser levado até as partes femininas de outra. Com esse objetivo, os vegetais desenvolveram algumas técnicas muito engenhosas. Cores vibrantes e perfumes embriagadores atraem uma hoste de animais que, interessados em recompensas como o néctar, se encarregam de fazer o transporte. Então, recorrendo a dispositivos como alavancas, explosões e superfícies autocolantes, as flores fornecem carregamentos de pólen a seus visitantes. Ao chegar o momento de atrair os polinizadores, algumas flores podem ser muito sedutoras, oferecendo promessas engenhosas de alimento, lugares para a postura de ovos, ou às vezes até falso sexo!
Todas as plantas precisam lutar por um espaço no solo e pela luz do sol. Algumas crescem depressa e são efêmeras, enquanto outras optam por um estilo mais lento e constante, para atingir o completo desenvolvimento. Persistentes, escalando e invadindo copas alheias, indesejáveis, ou mesmo estranguladoras, as plantas recorrem a todo tipo de artifício para obter sucesso. Mas assim que se estabelecem na sociedade vegetal, às vezes elas cortejam a desgraça; investem em furacões, ateiam fogo a si mesmas e a seus vizinhos e até incentivam os animais a devorar seus corpos. Pois no mundo das plantas as estratégias mais ousadas muitas vezes conduzem ao maior sucesso.
As táticas de sobrevivência criam estranhas alianças. As plantas muitas vezes dependem de animais, de fungos e de outras plantas para obter alimento, proteção ou um lar. Nas florestas de Bornéu, a misteriosa raflésia vive inteiramente dentro do corpo de outra planta, roubando sua seiva. Ela apenas emerge para o mundo exterior ao florir, produzindo a maior flor da Terra. Nas sebes inglesas, a cuscuta sai à caça das urtigas; notáveis tomadas em um ritmo acelerado mostram como essa trepadeira estrangula, perfura e suga suas vítimas. Outras plantas precisam de animais – muitas espécies marinhas passam sua vida inteira aninhadas no interior de águas-vivas, corais e mariscos gigantes. A espinhenta acácia cornígera, por outro lado, conta com temíveis formigas para sua segurança pessoal. Em troca, ela constrói aposentos para esse exército nutrir seus filhotes.
As plantas vivem por toda parte – do inóspito Ártico gelado aos mais quentes e secos desertos. Para tanto, criaram uma espantosa variedade de engenhosas técnicas de sobrevivência. Impressionantes tomadas fotográficas mútiplas em sequ´ência mostram as gigantescas vitórias-régias se agitando pela Amazônia, plantas de mangue que cuidam de seus bebês e espécies de uma misteriosa montanha sul-americana que sobrevivem apenas devorando animais. Para conservar o calor, as papoulas do Ártico rastreiam o sol como se fossem diminutas antenas de radar, enquanto no monte Quênia a tasneira estende todas as noites uma compacta penugem sobre seus delicados botões, para que não se congelem. Nos desertos mais secos do mundo, algumas plantas desaparecem completamente e então, de repente, ostentam um espantoso renascer mágico e criam a mais fabulosa e colorida exibição de flores da Terra.
Opa, devo te agradecer amigo, procurei essa série dublada em toda parte, eu adoro essas séries sobre vida selvagem da BBC, principalmente as que são apresentadas ou narradas por David Attenborough. Eu me dei ao trabalho de “remasterizar” esse documentário sincronizando o áudio dessa versão dublada com a versão original, já que esta tem uma qualidade de imagem melhor, caso queira conferir aqui está o link: https://drive.google.com/drive/folders/1kJugdnYc-FpSkXGEFMeDpFOoaFRkcTCt
Novamente agradeço muito.
Bacana Jefferson. Eu também tenho os arquivos com qualidade em inglês. E recentemente, comprei uma extensão para minha placa mãe que vai permitir capturar áudio digital das fitas VHS, sem qualquer chiado. Futuramente vou reupar estes vídeos em dual áudio e com a imagem original em inglês. Mas o que você já fez é uma mão na roda. Por favor, deixe esse link ativo para que outros usuários possam baixar também. Obrigado pela contribuição, um grande abraço!
Olá, só uma dúvida, eu tenho um documentário que está com o áudio muito ruim, cheio de chiados, ruídos e meio estourado. Já tentei vários métodos para resolver mas não consegui, se você tiver algum conhecimento, poderia dar uma conferida e me dizer se há alguma forma de corrigir ou, ao menos, torná-los mais audível? Aqui está o link do documentário: https://drive.google.com/drive/u/0/mobile/folders/1tIQvhmzkfTDzoHS1WGDbNwLEVPt8eqXD?sort=13&direction=a
Desde já agradeço.
Oi José. O vídeo já digitalizado eu não consigo fazer muita coisa. Agora, se você quiser mandar essas fitas pra eu digitalizar, talvez eu consiga fazer de um modo que o resultado fique bom. Aqui tenho um VCR de oito cabeças, e alguns conversores para tentar capturar o áudio sem tanta interferência. Se tiver interesse, me chame por e-mail.
Infelizmente só tenho digitalizado mesmo, era em DVD